Onde estão os riscos da sua empresa? Um mapa para o empresário brasileiro
- Felipe Borges
- 1 de set.
- 2 min de leitura

Identificar riscos dentro de uma empresa muitas vezes parece algo abstrato. Mas, na prática, é como seguir um mapa: existem pontos que se repetem e, quando ignorados, quase sempre levam ao mesmo destino — prejuízo e insegurança jurídica.
1. O risco invisível dos contratos
Um contrato mal redigido não é apenas uma formalidade esquecida: é uma verdadeira bomba-relógio. Desde 2023, o Brasil tem assistido a um crescimento expressivo da litigância envolvendo grandes redes de franquias, em grande parte por falhas em contratos trabalhistas. O resultado é previsível: ações milionárias, desgaste de imagem e impacto direto no caixa. Contratos genéricos, elaborados sem assessoria especializada, aumentam significativamente o risco de litígio.
2. Tributação: pagar errado custa caro
O sistema tributário brasileiro é complexo. Mas ignorar essa complexidade não protege ninguém. Um caso emblemático foi a disputa judicial de grandes redes varejistas sobre a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS. A falta de atenção à estratégia tributária fez algumas empresas pagarem bilhões a mais ao longo dos anos. Se a empresa não revisa tributos com frequência, pode estar pagando além do necessário — e ainda correndo risco de autuação.
3. Dívidas e fluxo de caixa descontrolado
Risco financeiro não nasce só da inadimplência do cliente, mas também de compromissos assumidos sem análise. Um estudo do Sebrae mostra que grande parte das empresas que fecham as portas no Brasil citam problemas financeiros (falta de planejamento e gestão) como a principal causa. Sinal de alerta para o empresário: dívidas sem planejamento, empréstimos feitos apenas para “apagar incêndio” e ausência de projeção de fluxo de caixa.
4. Comunicação e governança
Muitos empresários ainda tratam a comunicação interna e externa como algo secundário. Mas ela define segurança e transparência. Basta lembrar o caso da Americanas: além da contabilidade, a governança falhou em comunicar riscos e inconsistências ao mercado, levando à maior crise corporativa recente no país. São exemplos de falhas nesse quesito: ausência de canais formais de comunicação, decisões sem registro e informações estratégicas circulando em aplicativos pessoais.
O caminho para o empresário
O primeiro passo não exige diploma de Direito ou Contabilidade, mas exige disciplina: olhar para contratos, tributos, dívidas e comunicação como áreas de risco que podem ser mapeadas. A teoria chama isso de compliance preventivo, mas para o empresário significa apenas enxergar onde está pisando antes de dar o próximo passo.
Quem consegue transformar riscos invisíveis em riscos visíveis tem muito mais chance de manter sua empresa viva e competitiva. Afinal, em um ambiente de negócios tão desafiador como o brasileiro, prevenção não é custo: é estratégia.
